Ganhador do Nobel da Paz, Benny Dembitzer, alerta para as consequências da globalização em palestra para alunos da UniRitter
1 / Setembro / 2022
Em uma palestra para cerca de 400 alunos da UniRitter, o economista inglês Benny Dembitzer falou sobre cenários futuros e mudanças globais. O evento foi realizado segunda-feira, dia 29 de agosto, no auditório Master do Campus Zona Sul da instituição. Benny dedicou anos de sua carreira a projetos na África Subsaariana para o combate da fome e da pobreza. Também fez parte da Médicos Internacionais para a Prevenção da Guerra Nuclear (International Physicians for the Prevention of Nuclear War), equipe ganhadora do Nobel da Paz em 1985.
Em conversa com os alunos do curso de jornalismo antes do evento, Dembitzer afirmou a necessidade de soluções locais para problemas locais. “Estamos falando a língua errada, não existem problemas globais, existem apenas problemas comuns”, analisa.
O economista acredita em projetos que ajudem as comunidades a não depender de ajuda internacional e que encontre soluções em quem as conhece melhor, seu próprio povo. “O problema da pobreza no Brasil só pode ser resolvido por brasileiros”, afirma.
Durante a palestra, Benny também explicou sobre as divisões do capitalismo, pequeno, para os cidadãos comuns que economizam para pagar suas dívidas, médio para as pequenas e médias empresas, e o capitalismo que ele denomina “titânico”. O último sendo caracterizado por empresas como Apple e Amazon que já não podem mais ser controladas pelos governos. “Precisamos reconhecer que o poder é a raiz de tudo isso”, pondera.
Dembitzer considera que as redes de importação são longas demais, o que acaba por escravizar mulheres e crianças, principalmente na indústria têxtil de países como Paquistão e Indonésia. Segundo ele, criamos sistemas que são tão poderosos, que no final das contas, não podemos controlá-los. O Economista ainda apresentou algumas alternativas para desacelerar a destruição do planeta, que ele considera inevitável. Uma delas envolve a educação de crianças respeitando e incentivando a cultura da comunidade onde vive, ao invés de apenas ensinar uma profissão, ele propõe que as crianças tenham o poder de transformar o lugar onde vivem.
Também mencionou a necessidade de comunicação e aprendizado com povos indígenas locais, principalmente em relação à preservação e o respeito com a natureza. “Não siga os que tomaram o poder sem que ninguém os tenha dado”, finaliza.
Texto elaborado pela aluna Laura Cunha da Agência INQ