Cuidados com pets idosos: dicas para garantir uma velhice saudável para cães e gatos
3 / Abril / 2025
Professora de Medicina Veterinária da UniRitter indica como tutores podem lidar com fase geriátrica dos bichinhos
As etapas da vida passam rapidamente para todos os seres, mas para cães e gatos a terceira idade chega de forma ainda mais acelerada. Pets envelhecem até sete vezes mais rápido do que humanos, o que significa que, por volta dos oito anos, muitos animais de estimação já começam a enfrentar os desafios da velhice. Nesse período, eles necessitam de cuidados e atenção redobrados para garantir que suas necessidades sejam atendidas e que continuem a viver com qualidade.
Embora o envelhecimento seja um processo natural e inevitável, aceitá-lo pode ser particularmente difícil para os tutores de pets, que veem seus companheiros de longa data mudando e enfrentando limitações físicas e cognitivas. Já para os bichinhos, essa fase é ainda mais desafiadora, por terem mais dificuldade em expressar suas emoções e pedir ajuda. Pela incapacidade de comunicar quando sentem dor, cansaço ou desconforto, muitas vezes, os desafios enfrentados pelos animais são camuflados pelo envelhecimento, tornando os diagnósticos ainda mais difíceis. A professora de Medicina Veterinária da UniRitter Mariana Caetano Teixeira explica como os tutores podem proporcionar suporte e conforto para seus pets passarem por esse processo da melhor maneira possível.
Como cuidar do pet idoso em casa?
A principal preocupação ao cuidar de um pet idoso é com a mobilidade. Com o avanço da idade, a mobilidade dos cães e felinos diminui consideravelmente, o que exige uma adaptação no ambiente doméstico. “É importante garantir que o acesso à comida e água esteja na altura deles, sem a necessidade de subir degraus. Esses pequenos ajustes ajudam a melhorar a qualidade de vida do animal”, explica a professora Mariana. Além disso, é fundamental que o tutor esteja atento a sinais de perda de vitalidade, como dificuldades auditivas e visuais.
Cuidados extras com o aumento de expectativa de vida
Com o avanço da medicina veterinária, a expectativa de vida dos pets aumentou, mas isso também exige mais cuidados. “A chave para uma vida longa e saudável é o diagnóstico precoce de problemas de saúde. Exames periódicos, consultas regulares ao veterinário e exames de imagem são essenciais para identificar doenças em estágio inicial e iniciar o tratamento adequado”, destaca a docente.
Doenças preocupantes
À medida que o animal envelhece, algumas doenças se tornam mais prevalentes. O envelhecimento dos pets é muito semelhante ao envelhecimento humano, com o surgimento de doenças degenerativas, como osteoartrite e disfunções cognitivas (semelhantes ao Alzheimer nos seres humanos). “O tripé das doenças relacionadas ao envelhecimento envolve doenças degenerativas, neoplásicas (câncer) e metabólicas, como diabetes e doenças da tireoide”, explica a veterinária. Raças específicas também podem ser mais propensas a certos problemas, como doenças cardíacas e renais.
O que fazer no decorrer da vida para garantir uma boa velhice ao pet
A prevenção começa desde a primeira consulta veterinária, que, para a docente, é a mais importante na vida de um animal. “É nela que orientamos os tutores sobre alimentação, cuidados básicos e exames regulares. Esse acompanhamento desde cedo vai ajudar a garantir uma vida longa e saudável ao pet”, afirma a especialista. Além disso, uma dieta de boa qualidade, a vacinação em dia e a realização de check-ups regulares são passos fundamentais.
Sinais de envelhecimento: quando procurar o médico veterinário
Identificar os sinais de envelhecimento e mudanças no comportamento do pet pode ser um desafio. Mariana orienta que os tutores fiquem atentos a alterações nos padrões de sono, reconhecimento de pessoas e outros animais, e mudanças na rotina. “Perda de controle urinário, dificuldade motora, diminuição da ingestão de alimentos e alterações no comportamento são sinais importantes de que algo pode estar acontecendo e que o veterinário deve ser consultado”, destaca.