Professora de Odontologia da UniRitter alerta sobre os impactos da perda dentária

Cuidar do corpo e da mente é essencial para alcançar uma boa qualidade de vida. Alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e boas noites de sono estão entre as prioridades de quem busca manter a saúde em dia. No entanto, um aspecto muitas vezes subestimado, mas cada vez mais reconhecido pelos brasileiros, é a relação entre cuidados odontológicos e autoestima. Para conscientizar sobre a importância de incluir a atenção oral à rotina de bem-estar, o Dia Mundial da Saúde Bucal é celebrado em 20 de março.

Embora muitas pessoas associam a saúde bucal apenas à estética do sorriso, seus impactos vão muito além da aparência. Problemas como perda de dentes, cáries visíveis e dores podem afetar diretamente a autoconfiança, a vida social e até o desempenho profissional. Além disso, fatores emocionais como estresse e ansiedade desempenham um papel importante no desenvolvimento de distúrbios odontológicos, como o bruxismo e a gengivite. A professora de odontologia da UniRitter Jeniffer Zettermann destaca sobre os impactos emocionais da saúde bucal na vida das pessoas.

Mas, afinal, qual a relação entre sorriso e autoestima?

A nossa imagem pessoal é formada por detalhes e o sorriso acaba se tornando um cartão de visita, com relação direta com a autoestima, podendo ter consequências que vão além da saúde física. “A estética do sorriso é fundamental. Pessoas com dentes apinhados, cáries visíveis ou que perderam dentes podem sofrer impactos na vida social e profissional”, afirma a especialista.

A falta de conscientização sobre saúde bucal

A saúde bucal costuma ser negligenciada, em parte pela falta de campanhas de conscientização. “A gente não tem muitas campanhas de saúde bucal em comparação com outras doenças, então as pessoas tendem a negligenciar”, explica a professora. Segundo ela, a prevenção começa com hábitos básicos, como escovar os dentes regularmente e após realizar o uso do fio dental, mas muitas pessoas desconhecem sua real importância. “Temos que ensinar aos nossos pacientes a importância de escovar os dentes e passar fio dental, porque isso evita uma série de problemas futuros”, enfatiza. Além disso, a falta de acesso a consultas odontológicas regulares ainda é um desafio, especialmente para populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Muitas pessoas não têm acesso a consultas de rotina e conhecimento sobre saúde bucal”, ressalta.

Ansiedade e estresse: como prejudicam a saúde bucal

Os problemas emocionais podem impactar diretamente a saúde bucal. O corpo reage ao estresse e à ansiedade de maneiras inesperadas, e a boca muitas vezes é um dos primeiros reflexos desse impacto. “A ansiedade leva ao bruxismo e ao apertamento dos dentes, muitas vezes resultando em fraturas dentárias. O paciente geralmente não percebe que está fazendo isso”, explica a docente.

O bruxismo, caracterizado pelo ranger ou apertamento involuntário dos dentes, é um dos principais problemas decorrentes do estresse. Se não tratado, pode causar desgastes dentários, dores musculares e até fraturas. Além disso, o estresse crônico pode agravar doenças gengivais, como gengivite e periodontite. Identificar esses sinais precocemente é essencial para evitar complicações. “Desde o primeiro contato com o paciente, conseguimos detectar indícios de estresse e ansiedade, muitas vezes antes mesmo do paciente se dar conta do problema”, destaca a especialista.

Como prevenir problemas bucais causados pelo estresse

1- Rotina de cuidados bucais: manter a escovação regular e o uso do fio dental ajuda a prevenir complicações

2- Consultas odontológicas regulares: identificar precocemente sinais de desgaste dentário e gengivite é essencial para um tratamento eficaz

3- Higiene do sono: evitar telas antes de dormir e criar uma rotina relaxante pode reduzir o apertamento dental noturno

4- Consulta psicológica: buscar apoio profissional para controle do estresse pode ajudar a reduzir o bruxismo e outros problemas relacionados