Professores, estudantes e voluntários realizam atividades lúdicas e de humanização para tornar rotina dos abrigados mais leve na UniRitter
 

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Professores, estudantes e voluntários realizam atividades lúdicas e de humanização para tornar rotina dos abrigados mais leve na UniRitter

6 / Junho / 2024

Sessões de cinema, corte de cabelo, esmaltação de unhas, oficinas de desenho e brincadeiras são algumas das iniciativas que proporcionaram alegria para quem passou pelo trauma de sair de casa

 

Na linha de frente para trazer um pouco de alegria e leveza às cerca de 150 pessoas que estão abrigadas na UniRitter (Campus FAPA), está uma equipe incansável formada por professores, alunos e membros da comunidade que são voluntários para auxiliar os mais necessitados. Sessões de cinema com pipoca, corte de cabelo, esmaltação de unhas, oficinas de desenho e brincadeiras para as crianças são algumas das atividades realizadas que têm alegrado a vida de quem está fora de casa há mais de sete dias, desde o estopim das enchentes no Rio Grande do Sul.

Nossa rotina mudou completamente, assim como a de todos os gaúchos. Tivemos que nos adaptar rapidamente para organizar várias frentes de ação para esse desafio de estruturar um abrigo e receber as pessoas em menos de 24 horas. Nossa intenção é ter um olhar humano, levando afeto e um pouco de alívio e dignidade para as famílias. Neste cenário, ver a solidariedade e o engajamento dos nossos voluntários também é um grande motivador. Por isso, é gratificante ver que conseguimos levar esperança nesse momento tão delicado”, pontua o coordenador do abrigo, Lisandro Martins da Silva.

As roupas, calçados e brinquedos doados são organizados em “lojas” separadas por tamanho e tipo, para que as pessoas escolham os itens que precisam. São gestos que parecem simples, mas que fazem diferença para quem saiu de casa com a roupa do corpo e não tem mais nada. “Queremos que as pessoas tenham o poder de escolha na seleção de suas roupas, conforme suas necessidades. Com isso, fazemos um conceito de loja mesmo e isso traz a autonomia delas nessa decisão. Diariamente ouvimos feedbacks positivos e temos a certeza de que estamos fazendo a diferença”, afirma a coordenadora do setor de doações de roupas, Karina Fernandes.

Com apoio de voluntários e profissionais da beleza, um salão foi montado para levantar a autoestima das pessoas. Corte, hidratação e escova fizeram parte dos cuidados oferecidos. “É um cuidado, um carinho que faz as pessoas se sentirem melhor e é uma forma de fazer algo pelo próximo neste momento”, diz Wesley Marinho Silva, cabeleireiro e morador da Cidade Baixa, que também teve que deixar a sua casa em função das enchentes e está no abrigo da UniRitter.

Na área de alimentação, os voluntários, que dentre eles estão chefs de cozinha, comunidade e estudantes do curso de Gastronomia da UniRitter, preparam as quatro refeições diárias com muita dedicação. O cardápio é acompanhado por professores e estudantes de Nutrição para garantir uma dieta equilibrada e atenta às questões de segurança alimentar de crianças, adultos e idosos.

A equipe trabalha diariamente preparando cerca de 1.500 marmitas para alimentar os que estão no abrigo da UniRitter, em espaços parceiros e na linha de frente dos resgates. “Fazemos tudo com amor e carinho. Nosso sentimento é de gratidão por estarmos conseguindo acalentar as pessoas com a nossa comida”, diz o chef de cozinha voluntário, José Trapp.

O domingo de Dia das Mães teve atenção especial, com chá da tarde repleto de cucas, bolos e tortas. Além da distribuição de presentes, os pequenos participaram de uma oficina para produzir os cartões para suas mães.

Na área da saúde, os voluntários dos cursos de Fisioterapia, Psicologia, Enfermagem, Serviço Social, Farmácia e Odontologia prestam atendimento aos acolhidos. Inclusive, o setor de medicamentos foi batizado de Farmácia Solidária. No local, se organizam os medicamentos conforme às necessidades de cada família indicadas pelos voluntários das áreas.

Para os pets, a equipe da Medicina Veterinária dá toda assistência aos mais de 30 cães, 20 gatos e três animais silvestres. “Além dos cuidados de saúde, também fazemos passeios diários para que os animais fiquem tranquilos. Os tutores também têm momentos de interação e os pets da mesma família podem brincar juntos”, explica a professora da Medicina Veterinária da UniRitter, Marília Valandro.

E o clima mais frio chegou mobilizando os estudantes do curso de Design de Moda. Eles iniciaram nesta semana a produção de roupas de frio, peças íntimas e cobertores. A meta é confeccionar 13 mil peças, inclusive em tamanho plus size, com tecidos coletados através de doações de empresas do ramo têxtil. A produção será destinada para os gaúchos que estão alojados em abrigos no Rio Grande do Sul. As costuras estão sendo realizadas por 45 voluntários nos laboratórios dos campi FAPA e Zona Sul e mais três outros ateliês parceiros.