Egressas de Publicidade e Propaganda participam de congresso na Itália
4 / Junho / 2019
UNIV Congress 2019 aconteceu entre os dias 14 e 20 de abril em Roma.
Há 51 anos, o UNIV Congress reúne universitários do mundo todo, em Roma, para viver uma experiência multicultural. Durante uma semana, estudantes e recém-graduados discutem uma temática comum, de modo propositivo e nos mais variados formatos de apresentação – artigos, vídeos, fotos, projetos sociais, etc. Em 2019, o tema do congresso foi “O poder transformador do trabalho”. Duas egressas do curso de Publicidade e Propaganda – Carla Pliski e Liandra Santana – representaram a UniRitter no evento realizado entre 14 e 21 de abril.
A dupla apresentou um artigo baseado em um projeto criado durante a graduação na disciplina de Projeto Experimental Integrador. “Tínhamos que identificar um cenário com dificuldades e propor soluções inovadoras, então pesquisamos sobre o sistema prisional brasileiro e, principalmente, porto-alegrense. Após a aplicação de ferramentas como Golden Circle e Mapa de Empatia, chegamos à ideia do Reconstruir, que seria uma plataforma online com o objetivo de facilitar o contato entre empresas e presidiários”, conta Liandra. “Com este trabalho nós vencemos o Prêmio Rymza de Criatividade Publicitária, na categoria Projetos Especiais. Então pensamos que seria uma ótima ideia enxugar um pouco o trabalho, buscar mais fontes e transformá-lo em um artigo acadêmico. Fomos um dos poucos trabalhos brasileiros escolhidos para serem apresentados no congresso em Roma e o único da nossa categoria”, disse Liandra.
Em conversa com a reportagem da Agência INQ, a dupla contou mais detalhes sobre a experiência.
O que vocês sentiram após receber o convite para apresentar o artigo no exterior?
Carla – Foi muito gratificante, porque é algo que compensa os anos que nós passamos estudando e valida o nosso propósito.
Quais empecilhos vocês tiveram durante a construção do projeto?
Carla – Durante a construção do projeto nós não tivemos empecilhos, ele chegou muito redondo até nós. Tivemos muito apoio do professor Cristiano na disciplina de Projeto Experimental. Quando buscamos enquadrá-lo para o UNIV, com diretrizes da Igreja Católica, o processo foi fácil. Acredito que a parte mais complicada foi colocar o artigo na língua inglesa, que foi o idioma que nós apresentamos.
Como vocês descrevem a sensação de dar voz a quem não tem?
Liandra – Durante a faculdade, nós sempre buscamos focar em projetos sociais, porque a comunicação, quase sempre, vai para um lado consumista e comercial. Nós acreditamos muito no poder da comunicação como um agente social, como uma área que pode ajudar as pessoas a resolverem problemas e serem elas mesmas. A sensação é muito gratificante, porque nos dá essa oportunidade e colocar sempre à frente a dignidade humana.
Sabendo que os Direitos Humanos é muito importante, ainda mais no Brasil que enfrenta diversas desigualdades sociais, como vocês avaliam a importância do projeto?
Liandra – Bom, nós sabemos que é complicadíssimo falar sobre Direitos Humanos no Brasil. No evento, uma menina das Filipinas também apresentou um projeto sobre o trabalho em presídios, mas, com certeza, não se equipara a situação que nós vivemos no Brasil. Nós temos a terceira maior população carcerária do mundo, e esse é um índice muito alto, infelizmente. Nós avaliamos que é muito importante falar das desigualdades para que os presidiários sejam vistos como seres humanos. Esse é o nosso maior objetivo e essa é a importância do nosso projeto, levar novas oportunidades e dignidade para essa pessoa que cometeu algum erro, que deve ser reparado, mas estamos tentando mostrar que eles podem ter uma nova chance.
AGÊNCIA INQ
Texto | Mateus Feijó